Subject: Consulate General of Canada – Visa Section ppt&rprf

Dear Sir/ Madam,

This is to advise that the processing of your application to immigrate to Canada has reached the stage where you are required to pay the Right of Permanent Residence Fee [RPRF] and send your passport (and your dependants’). This fee applies for the principal applicant and accompanying spouse, common-law or conjugal partner. The purpose of requesting the RPRF and passports at this moment is to try to expedite processing of cases that have passed eligibility.

About RPRF:

The Fee is 490 Canadian dollars per person. For the exact amount due in Brazilian Reais please access our website http://www.brazil.gc.ca > Visas and Immigration > Fees and payment options. This fee is refundable in the event that you decide not to proceed to Canada to be landed.

Unless you remit your Right of Permanent Residence Fee within 30 days of the date of this letter, I will not be able to finalize your application and issue immigrant visa(s). I must advise you that delay in the payment of the RPRF may result in the expiration of your security or medical results.

Although we are requesting the payment of the RPRF, YOU SHOULD NOT give up your employment, dispose of property or make any other commitment, including travel arrangements, until your visa has been issued.

If you have made a direct deposit, please enclose the original receipt from Bank HSBC with this letter, and forward it to this Office. Please keep a copy of the receipt for your record.

About passports:

When forwarding the passport, please attach a letter confirming to which address we should send the passport to. If this address is not in Brazil, please be advised that this Consulate cannot cover the costs of sending a passport abroad. In that case, if you have a courier account, kindly provide its number, so that we can forward the passports to the mailing address, collect. Another option is to ask someone of your trust to come to the Consulate during working hours to pick up the passports. A signed consent from you is required. You can expect to receive your passport back in 2 to 3 weeks if all immigration requirements have been met [e.g. background checks, results of medical examinations, etc…]

Also, please be advised that the permanent resident visa(s) will match your name exactly as it shows on the passport. Consequently, the documents issued to you in Canada (e.g. permanent residence card, social insurance number, health card, etc…) would reflect the name shown in your visa. If you want or need your document issued in Canada to show a different name other than the one stated in your passport (for example, new name after marriage), you will have to obtain a new passport.

Should you or any person included on your application change, or intend to change marital status, you must inform this office before the issuance of the visa. You must also advise if the configuration of your family has changed e.g. [births, deaths, adoptions, etc…].

The permanent resident visa will have the same validity date as the medical examination results, that is, 12 months from the date of the first examination, or according to the validity of your passport or any accompanying family member’s passport, whichever is the earliest. Once issued, the validity of an immigrant visa cannot be extended.

Should you wish to renew your passport, this has to be done before you submit your passport for the issuance of the immigration visa. You must also send us yours and your accompanying family members’ passports.

Please do not hesitate to contact us, should you require any additional information or clarification.

Yours Sincerely,

Visa and Immigration Section

Um pé no Canadá… digo, um tórax

Antecipando a viagem que faremos em breve, nossas bravas radiografias enfrentaram as várias horas de vôo em um compartimento apertado e desconfortável e já chegaram às terras geladas:

Repare na criatura que assina o recebimento: G. Feattherstonehaugh. Se achou a grafia bizarra, espere pra ouvir a pronúncia. Mas não tem nada não, Mr. Fan-shaw, o importante é que você recebeu nossos papéis direitinho!

Agora que está tudo certo e encaminhado, vou relatar a experiência do exame médico (é até difícil acreditar que depois de literalmente anos lendo sobre isso, finalmente chegou a hora de relatar o nosso próprio).

Os Exames

Felizmente, nada demais pra relatar. Tudo ocorreu como esperado e deu super certo. Bem no espírito canadense.

Depois de recebermos os pedidos na sexta 26, ligamos pro consultório na segunda de manhã e fomos atendidos pelo próprio Dr. Buescu. Conseguimos marcar pro dia seguinte às 10h, perfeito pra nós, sem demorar muito mas também sem ter que acordar com as galinhas. Como estamos morando na roça remota, dormimos na casa dos meus pais lá perto pra evitar que o caos do transporte público no Rio nos atrasasse.

Chegamos na hora, fomos recebidos também pelo próprio doutor que nos atendeu sem demora. Fez aquelas mesmas perguntas e verificações que tem em todos os 10 milhões de relatos na internet, só que talvez um pouco mais relax. Perguntou sobre os óculos mas não fez exame de vista, o que internamente comemorei bastante, já que não troco de óculos há uns dez anos. Vou fazer um novo antes de ir pro Québec, mas não queria que isso atrasasse o processo.

Nossa pressão estava um pouco alta, ela 13/8 e eu 14/8. Ele perguntou se sempre ficávamos nervosos quando íamos ao médico, dissemos que não, só quando o médico é pra imigração. 🙂 Também tínhamos corrido um pouco pra chegar lá e o calor e sol do Rio nesse dia estavam especialmente insuportáveis. Pensamos que ele fosse pedir exames adicionais por causa disso, mas felizmente ele só pediu o normal.

Pagamos em espécie a a facada de R$ 400 para o casal, e ainda tivemos que nos sentir privilegiados por morar no Rio, pois pelo menos com relação ao exame pro consulado do Canadá, parece que somos os menos assaltados do Brasil. É realmente “engraçado” ter alguma situação em que o carioca é privilegiado por ser o menos assaltado. Ironia do destino!

Para os exames, ele nos encaminhou para um centro médico ali do lado (Centro Médico Sorocaba, que apesar do nome não é em São Paulo, é em botafogo mesmo). A radiologia fizemos na Clínica Emílio Amorim, que aceitava nosso plano (Golden), sabia fazer o procedimento do Canadá sem problemas, e ainda liberou o nosso resultado com urgência, poucos minutos depois do exame. Melhor impossível!

Sangue e urina fizemos no Sérgio Franco que fica no mesmo prédio, e também aceita nosso plano, na verdade é onde costumamos fazer exames e preferimos mesmo. Tudo certo, só achamos chato no final pois a data que nos deram para o resultado foi 5 de novembro, depois do feriadão. Apesar disso, no dia seguinte entramos na internet e o resultado já estava pronto!

Já era à tarde, mas ligamos correndo pro consultório e fomos atendidos pela dona Isa, secretária do Dr. Buescu, que como todos descrevem é mesmo muito simpática. Ela disse que ficava lá até as 19h, então na mesma hora corri para o Sérgio Franco daqui da roça mesmo, peguei os resultados (isso é legal, pode pegar em qualquer filial) e zarpei pra botafogo. Cheguei lá seis e pouco e consegui entregar os exames. Ela olhou tudo com muita atenção, disse que estava tudo em ordem e que nós estávamos com saúde. Perguntei sobre a única coisa que estava ligeiramente fora do lugar nos meus exames e que estava me preocupando, traços de hemoglobina na urina, mas ela não deu importância, então fiquei aliviado. Um pouco de papo (realmente muito simpática) e R$ 170 do fedex depois, missão cumprida.

Achei engraçado que durante o papo ela me contou que o tão falado “Ciência sem Fronteiras”, que segundo o consulado era o culpado pelo atraso nos exames, também foi um inferno lá no consultório. Todo mundo querendo viajar ao mesmo tempo, com a mesma data. Parece que liberaram as bolsas muito em cima da hora.

A única coisa que foi um pouco chata é que por causa do feriadão, ela me disse que o Dr. só poderia trabalhar nos resultados na terça dia 6, e que eu deveria ligar na quarta pra saber se ela já tinha feito o envio. Como sou brasileiro chato, liguei na terça no final do dia, e pra minha grata surpresa ela tinha acabado de fazer o envio e me passou o número do tracking. O fedex cumpriu com a sua parte flawlessly e fez a entrega nos 2 dias prometidos.

Agora estamos aqui, incrédulos que chegou a nossa vez, com 10 milhões de providências a tomar. Ahhhh, first world problems!

O famoso marronzinho

Sempre que eu lia sobre pessoas recebendo o pedido de exames, eu tinha curiosidade de saber EXATAMENTE o que foi recebido. So, don’t take my word for it, see it for yourself:

Cartinha (em português) explicando os procedimentos:

Form IMM 1017 – Madame:

Form IMM 1017 – Monsieur:

Agora, o mais tragicômico de todos: recibo do pagamento que fizemos para dar entrada no federal. HÁ 16 MESES ATRÁS! 🙂

E é isso. Não veio o pedido de passaportes, mas nós preferimos assim. Ficar com o passaporte passeando por aí por mais tempo que o necessário não é legal.

Hoje cedo ligamos para o Dr. Alexandru Buescu (até o consulado escreve o nome do cara errado), e já conseguimos marcar os exames. Existem 2 médicos credenciados no RJ, ele em botafogo e o Galdino Campos em copacabana. Se você buscar no Google, especialmente com o parâmetro “site:brasilquebec.com”, sobre o Galdino só vêm histórias tenebrosas. Sobre o Buescu, só alegria. Que bom que essa escolha não tem muito mistério.

O próprio Dr. Buescu atendeu o telefone, e realmente foi super simpático e informativo. Realmente é isso que eu espero de um médico credenciado pelo Canadá. Conseguimos o melhor horário possível pra nós! A consulta é R$ 200 por pessoa, o Fedex é R$ 170. Os exames podem ser feitos com convênio. Pagamento em dinheiro ou cheque. A única coisa que ele pediu pra levar além dos forms IMM 1017 foram 2 fotos 3×4. Não falou do passaporte, então vamos levar só o número. Até se ofereceu com a maior boa vontade pra explicar em detalhes como chegar, mas até parece que a gente não checou isso no Street View há séculos… 😛

Mal consigo acreditar que a espera pelo exame terminou! Fomos muito sortudos, fomos contemplados numa leva que pegou gente de janeiro até junho de 2011, sendo que de junho mesmo, só soube de outras 3 pessoas, todas do início do mês. O resultado é que nossa espera ficou em “só” 16 meses, digo “só” porque até pouco tempo tinha gente recebendo o pedido com 21 meses de espera. Espero que essa tendência de acelerar continue e eles fechem todo o backlog de 2011 ainda esse ano.

A vida bate e assopra

Depois do último post, queria que esse aqui fosse só positivo. Mas a vida é uma caixinha de surpresas, e nos últimos dias fomos sorteados tanto com grandes alegrias como grandes tristezas, tudo misturado.

Dessa vez a parte boa é que num espaço de poucos dias, finalmente saíram a cidadania portuguesa e o pedido de exames médicos do Canadá (este último recebemos hoje, dia 26), ambos lutas já de vários anos. Estaríamos nas nuvens, se poucos dias antes disso tudo não tivéssemos perdido uma das pessoas mais importantes das nossas vidas, de forma abrupta. E logo aquele que era o direto responsável pela cidadania, a primeira pessoa para quem queríamos mostrar a certidão quando ela chegasse e agradecer por todo o apoio que deu ao nosso sonho ao longo dos anos, mesmo nos querendo por perto. Na verdade, o buraco que ficou foi tão grande que essa questão da cidadania ficou pequena em comparação. O que vai fazer falta mesmo, é a alegria que ele dava às nossas vidas pelo simples jeito de ser. Isso é insubstituível.

Mas o Zé não era de ficar choramingando. Em resposta ao último post, o comentário dele foi: “bola pra frente, pensamento POSITIVO”. É pelo exemplo que ele nos deu em vida que eu sinto a obrigação de seguirmos em frente e não nos deixarmos abater. A vida nunca mais vai ser a mesma, mas temos que ver o copo meio cheio, e valorizar a chance que tivemos de ter tantas coisas boas pra lembrar e sentir falta. O buraco que ficou é do tamanho da felicidade que nós tivemos a oportunidade de viver.

Essa foi mais uma lembrança do quanto a vida é curta e imprevisível. Temos que correr atrás dos nossos sonhos porque qualquer dia pode ser o último. Felizmente, os nossos nunca estiveram tão perto.

Tristeza e alegria na montanha russa da imigração

Hoje foi um dia bizarro com relação ao processo de imigração.

Primeiro a tristeza de saber que, continuando a tendência recente de medidas fechando o funil no processo, o Québec finalmente seguiu os passos do governo federal e limitou a imigração por profissões.

Essa mudança não nos afeta mas nos deixa tristes porque já passamos por algo parecido, e agora temos amigos na mesma situação.

Antes de conhecermos o processo do Québec, nosso plano era dar entrada no processo federal para skilled workers. Um belo dia descobrimos que não tínhamos mais a oportunidade de sequer sermos avaliados, pois o programa agora estava fechado para uma lista de profissões. Foi uma grande decepção. As portas estavam fechadas pra nós, não importa quantos pontos fizéssemos, porque nossa profissão não era considerada por um burocrata em Ottawa como estando em demanda em lugar algum no Canadá.

Quem é o governo para decidir o que o mercado precisa? Não aprenderam nada com a União Soviética? Será que realmente é compatível com a realidade do mercado de trabalho do Québec dar 12 pontos para açougueiros (sim você leu certo), e barrar completamente a entrada de desenvolvedores de software? É certo que profissionais de TI hoje em dia dão em árvore, mas será que realmente faz sentido priorizar a importação de mão de obra pra cortar carne em supermercado? E a oferta de mão de obra em TI pode ser alta, mas a demanda parece estar sempre à frente em qualquer parte do mundo, especialmente por profissionais *realmente* qualificados, e mais ainda em um país que está sempre perdendo os melhores talentos em um crônico brain drain para o silicon valley e os Estados Unidos em geral.

Entendo que eles queiram resolver o problema dos imigrantes desempregados. Eu também quero. Não é bom pra ninguém. Mas que tal em vez de tentar adivinhar as demandas do mercado para os próximos n meses em uma bola de cristal, ajudar o próprio mercado a “pescar” quem ele precisa *agora*? Um primeiro passo muito bom já foi dado, que foi a missão de recrutamento. Uma iniciativa belíssima que eu aplaudo, e que devia ser expandida. É o ideal pra todo mundo: o empregador acha talentos dos quais está precisando e o imigrante já chega lá com um trabalho. Primeiro como temporário, e se a experiência der certo pra todo mundo, ele vira residente permanente.

É claro que as empresas não podem ficar mandando representantes pra todos os cantos do mundo toda hora, mas estamos no século XXI! Pela internet um empregador québécois pode entrevistar candidatos em qualquer parte do mundo e ter uma boa idéia do preparo (e do francês/inglês) dele. O governo poderia promover rodadas de entrevistas via internet, e acima de tudo, diminuir os maiores obstáculos à contratação de talentos no exterior, que são a burocracia, o custo e o tempo de espera pro empregador.

Enquanto esse sistema ideal não é expandido, e a burocracia dificulta enormemente a contratação pré-imigração, o governo deveria pelo menos se ater ao critérios mais gerais de qualidade do imigrante (o sistema de pontos). Talvez tornar ele mais rigoroso se necessário, mas não barrar pessoas com uma pontuação alta, só por conta da profissão.

Mas enfim, voltando à vaca fria (ou ao alce congelado?), depois de termos sido barrados pelo federal tivemos a felicidade de descobrir o processo do Québec que continuava aberto para qualquer profissional qualificado. Ver o Québec manter essa atitude por tanto tempo, em contraste com Harper e sua gangue fazendo uma M após a outra me fez ter orgulho do Québec e ver a província como um dos melhores lugares do mundo pra se construir uma vida. É claro que essa maré ruim recente não vai mudar completamente minha opinião, mas com certeza fez o Québec perder alguns pontinhos na minha fiche d’évaluation.

Espero que todos os afetados por essa nova política, especialmente nossos amigos que ainda não deram entrada no processo, encontrem uma saída como nós encontramos no Québec depois do problema com o federal. Seja arrumando uma outra forma de se encaixar no processo, seja descobrindo a felicidade em algum outro lugar. Se for o caso, é sempre bom lembrar, a perda maior é do Québec.

O lado bom do dia

Mal tinha conseguido digerir a novidade, quando chega uma outra enorme, mas no sentido diametralmente oposto: finalmente o e-mail (automático) do CIC com nosso número no E-CAS! Depois de uma gestação de espera (288 dias / 9 meses e meio), qualquer sinal do consulado reconhecendo nossa existência é motivo de comemoração.

De qualquer forma, diante da maré negra na imigração canadense, e da declaração do Jason Kenney de que simplesmente calote nos candidatos é uma opção, amanhã vou enfrentar os malditos cartórios dos subúrbios cariocas para correr atrás do plano B, a cidadania portuguesa.

Nous sommes chez nous

Chegamos ontem! Muito bom estarmos de volta à nossa futura casa. Acho que dessa segunda vez estamos num “sweet spot” com relação à familiaridade que temos com Montréal: conhecemos o suficiente pra nos sentirmos mais em casa do que no Brasil, mas ainda desconhecemos o suficiente pra nos surpreendermos toda hora.

A neve ainda não deu as caras, apesar de já ter aparecido esse ano. A que caiu antes já derreteu quase completamente, só dá pra ver alguns restinhos minúsculos que provavelmente só nós que estamos procurando conseguimos notar. Ontem só estava nublado, hoje está chovendo pra caramba. O frio está tranquilão, ontem estava em cerca de 0 grau, andamos mais na rua do que na primeira viagem inteira sem muita dificuldade com relação a isso. Claro que faz bastante diferença o fato de já sabermos nos vestir e termos roupas adequadas razoáveis.

Quero falar sobre dez milhões de coisas, mas precisamos ir pra rua e aproveitar! Depois escrevo mais.

Canadá 2 – O Retorno

Yeah, baby! Visto (de turismo) aprovado! 🙂 Apesar da dura entrevista, e depois de 26 dias de espera agonizante (esticados por erro da DHL), ontem finalmente chegaram nossos passaportes com os vermelhinhos colados! O consulado nos deu essa chance de fazer uma segunda visita de reconhecimento ao nosso futuro lar. All’s well that ends well!

Pra comemorar, abrimos o último siropzinho d’érable que restou da viagem anterior, que vínhamos guardando como se fosse o último exemplar de uma espécie em extinção. Daqui a pouquinho a gente já pode comprar mais! 🙂

Temos que comemorar mesmo, afinal é uma oportunidade da nossa escolha de vida finalmente dar frutos. Nossa vida aqui é difícil, economizando, morando longe, no meio do nada, sem carro. Escolhemos não desperdiçar recursos com uma cidade que simplesmente não vale a pena. Não queremos pagar 3 contos de aluguel pra morar do lado da favela. Não queremos enterrar 30 em um carro pra ficarmos lidando com flanelinhas, caindo em buracos, sofrendo sequestro-relâmpago. Cada real que pudermos tirar do Rio para Montréal vale a pena. Para termos primeiros meses de imigração tranquilos, para podermos ter uma casa legal lá, e de quebra para podermos aproveitar as oportunidades de visitar a cidade enquanto isso. O duro é aguentar a vida aqui no meio tempo, andando de ônibus, levando duas horas pra chegar em qualquer lugar. É por isso que esse pit-stop no meio do federal vai ser tão importante.

Eu disse viagem de reconhecimento, certo? Mas na verdade essa vai ser mais uma viagem de aproveitamento mesmo. A primeira (em março de 2011) foi muito boa, mas estávamos meio estressados. Tínhamos acabado de preparar e enviar a DCS, e estávamos aguardando a entrevista em São Paulo. Também era nossa primeira viagem internacional, não sabíamos como seria o frio e como se vestir, visitamos duas cidades (Montréal e Toronto), poucos dias em cada uma, etc. Acabamos nos preparando tanto pra dar tudo certo que não nos preparamos muito pra curtir. Curtimos a rodo mesmo assim, claro, porque era a primeira vez no Canadá, na neve. Mas não relaxamos muito, e passamos muito tempo no underground, indo nos mesmos lugares. Nem registramos nada no blog, na correria.

Dessa vez vão ser 17 dias totalmente focados em Montréal, CSQ na mão, processo federal em andamento, white christmas, tempo pra preparar a viagem, já sabemos como encarar o frio, ir do aeroporto pra cidade, comprar l’occasionnelle… só aproveitar. Vou tentar registrar tudo dessa vez, aproveitando pra desenterrar da memória e deixar registradas algumas coisas da primeira viagem também.

Na mão do consulado x 2

Como se já não bastasse a angústia dos meses a fio que o nosso processo de residência permanente vai passar no consulado, resolvemos aplicar mais uma vez para um visto de turismo. Rachel vai ter férias obrigatórias agora no fim do ano, e qual melhor uso para alguns dias de congé, senão mais uma viagem de reconhecimento ao Canadá? 🙂

Da outra vez fomos a Montréal e Toronto, mas nesta queríamos aproveitar para focar totalmente em Montréal. Fizemos bastante coisa na primeira viagem mas ainda temos muito o que conhecer e experimentar nessa cidade que queremos adotar como lar.

Pois é, mas agora nossa vida está na mão do consulado, duplamente! E pra completar o stress, ao contrário da outra vez em que foi tudo tranquilo, dessa vez ligaram para a Rachel para confirmar tudo, nos mínimos detalhes. Não estávamos esperando isso porque o nosso caso é praticamente o mesmo que da primeira vez, só um pouco melhor (agora já temos CSQ e demos entrada no federal, então não faz nenhum sentido achar que imigraríamos ilegalmente). Acho que o que pegou é que as férias dela ficaram muito coladas (março e novembro). Me desculpe, sr. consulado, mas é a mais pura verdade! No Brasil é assim mesmo. Ela costuma ter alguns dias de férias no final do ano, e o resto no carnaval, que foi quando viajamos da primeira vez.

Agora que tínhamos deixado Murphy um pouco de lado, planejando tudo com mais otimismo, vem ele aí de novo nos lembrar que nada é garantido. Ainda bem que temos a cabeça no lugar e não comprarmos passagem nem reservamos estadia ainda. Não tem nenhum motivo lógico pra recusarem o nosso visto, mas pelo o que lemos na internet as experiências das pessoas são bastante aleatórias, então depois dessa ligação já ficamos bem desanimados com a perspectiva de conseguir fazer essa segunda viagem.

Bom, fazer o quê, o negócio é esperar. Se não der dessa vez, não deu. Já tivemos a oportunidade de ir uma vez, o que era muito importante, e foi muito bom. Dessa vez é luxo. Se der, vamos ficar muito felizes e aproveitar muito. Se não der, paciência. Vamos ver no que dá.

Questão cultural

Muitas pessoas, brasileiros e estrangeiros, não entendem porque eu não quero morar no Brasil, especialmente no Rio. Uma das economias que mais crescem no mundo, líder dos BRICS e do G20, futura sede dos jogos olímpicos, bla bla bla.

Ontem finalmente consegui ver Hubble 3D em IMAX. Com um ano de atraso. Dublado em português. Com a voz do Quico.

Pra completar, no meio do filme ainda tenho que ouvir o Quico dizendo que (parafraseando) “colocar a roupa de astronauta é como quando na infância nossa mãe vestia a gente pra ir brincar na neve”.

Minha cara:

Infância sem neve

Infância sem neve

Confirmação do consulado

Novidades na esperandolândia!

Enviando o federal pelos correios

Em 4 de outubro (sim, notícia vergonhosamente atrasada, désolé) finalmente conseguimos confirmar com o consulado o recebimento do nosso pedido de visto de residente permanente (vulgo “federal”).

Tínhamos enviado o pedido pelos correios, porque nossa entrevista foi numa sexta, dia em que o consulado não atende. Então não pudemos fazer o ideal que é entregar tudo pessoalmente. Escolhemos enviar por correio dali de São Paulo mesmo, no sábado.

O grande problema de enviar o pedido pelos correios é que o consulado não te dá nenhum feedback. Você deposita R$ 1850 (casal) no escuro, envia uma das vias originais do seu sofrido CSQ, e fica com todo o planejamento da sua vida travado em função de um processo que você não sabe nem sequer se está rolando mesmo.

Eu sei que o consulado recebe zilhões de pedidos e está sobrecarregado. Mas eu não estou pedindo para o processo andar mais rápido, ou para darem um número de processo logo cedo. Só acho que era muito importante que eles enviassem um simples e-mail confirmando o recebimento do nosso pagamento e documentos. Mesmo que o e-mail diga que ainda não existe nenhum número de processo, e que não existe nenhuma previsão para ele começar a ser analisado. Mas pelo menos podemos ir cuidar das nossas vidas sabendo que o envio e pagamento deram certo, e que agora podemos esperar vários meses sem medo de depois descobrirmos que esperamos à toa. E o consulado ainda desafoga um pouquinho, deixando de receber ligações de pessoas que só querem essa confirmação.

Mas enfim, depois de alguns meses do envio do nosso pedido e sem notícias, começamos a ligar para o consulado, tentando vários ramais. Nunca éramos atendidos, e como as ligações são sempre pegas pelo sistema, você gasta uma fortuna de interurbano só por tentar. Mas no dia 4 de outubro, às 14h40, finalmente conseguimos falar com uma moça (presumo que tenha sido a mítica Maura), que foi muito atenciosa. Ela disse que o nosso pedido foi realmente recebido por eles dia 8 de junho (enviamos dia 4 e o tracking dos correios deu como entregue dia 6). Ela também disse que os pedidos de outubro de 2010 estavam em pré-processamento, que os de dezembro de 2010 estavam começando a entrar no E-CAS, e que a previsão de duração dos processos estava em 14 a 16 meses.

Agora estamos muito mais tranquilos, é “só” uma questão de tempo até o pedido de exames.

UPDATE: O ramal no qual ficamos tentando e não conseguimos nada foi o 3425. O que deu certo foi o 3420. Eles devem ficar mudando toda semana pra despistar. Security through obscurity.